sexta-feira, 23 de julho de 2010

Freud explica...

Lendo um livro, de repente, vi essa frase: "somos feitos de carne, mas temos que viver como se fôssemos de ferro", de Freud. Concordei com ela e resolvi externar isso!
Nós nos acostumamos com muitas coisas que não devíamos. A gente se acostuma a morar num apartamento em que a vista são outros apartamentos, a sair apressado pra não perder o horario do trabalho, a ler jornal no ônibus porque não temos tempo, a comer Mc Donald's porque não deu pra almoçar em casa, a ver na TV casos de extrema brutalidade e ter uma primeira impressão horrivel que após dois ou três noticiarios passa, enfim nos acostumamos a um cotidiano massificante e deteriorado.
Todo dia ao sair de casa vestimos armaduras e saimos totalmente protegidos da sociedade. Para não vermos o caos, a pobreza...e tudo aquilo que nos acostumamos para não sofrer. Afinal é muito mais cômodo pra nós, fechar os olhos e ser o homem de ferro, inabalável, do que se preocupar e se sensibilizar com os problemas alheios.

Com o tempo todas as revoltas se acomodam, se o cinema ta cheio, tudo bem, sento na primeira fila e entorto um pouquinho o pescoço, se a praia ta suja...ah molho só os pés, o resto do corpo fica suado mesmo. Em doses pequenas, tentamos não perceber as coisas que nos rodeiam.
Mas, será que é legal se acostumar com tanta coisa ruim? Será que é legal ser esse homem de ferro que essa sociedade capitalista moldou o tempo todo? Somos feitos de carne, temos que sentir quando vemos um mendigo na rua pedindo dinheiro, quando vemos um pai que mata uma filha, quando não temos tempo de ficar com a propria família, quando não aproveitamos a vida enfim.
Porque se até o homem de lata do Mágico de Oz tinha sentimentos, porque não nós?

B.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Pra distrair...

Pai e Mãe
Eu passei muito tempo aprendendo a beijar
Outros homens como beijo o meu pai
Eu passei muito tempo pra saber que a mulher
Que eu amei, que amo, que amarei

Será sempre a mulher como é minha mãe
Como é, minha mãe? Como vão seus temores?
Meu pai, como vai?
Diga a ele que não se aborreça comigo

Quando me vir beijar outro homem qualquer
Diga a ele que eu quando beijo um amigo
Estou certo de ser alguém como ele é
Alguém com sua força pra me proteger

Alguém com seu carinho pra me confortar
Alguém com olhos e coração bem abertos
Para me compreender
Gilberto Gil

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Ah...a adolescência...

Hoje em dia, o sexo já não é mais aquele monstro de sete cabeças do tempo dos nossos pais e avós. Segundo pesquisas, os adolescentes iniciam a vida sexual cada vez mais cedo, muitas vezes sem se preocupar com as consequências. Quando entramos na adolescência, acontecem muitas mudanças no nosso corpo. As meninas menstruam pela primeira vez e ganham curvas mais acentuadas. Os meninos engrossam a voz e ganham pêlos. Enfim, entre meninos e meninas os hormônios estão à flor da pele. E o nosso corpo fala! Adolescênscia...época de descobertas, primeiro beijo, primeiro amor, primeira vez. Porém, na maioria dos casos, descobrimos essas novidades de forma bastante inconsequente.
Se assistirmos TV, navegarmos na Internet, lermos revistas, vamos ver que o sexo é tratado com muita tranquilidade, o que aliás deve acontecer. Mas...e os nossos pais? Será que eles aceitam assim com tanta facilidade esse amadurecimento? Muitos adolescentes começam a vida sexual sem ter aquele papo cabeça com os pais, por "n" motivos. Falta de liberdade para conversar, desentendimentos familiares, ou até mesmo um desinteresse por parte de ambos em relação ao assunto. Porém quando os pais menos percebem seus filhos cresceram...e agora? Como lidar com isso?
Quando procuramos nossos pais para conversar, no caso da maioria das meninas, a mãe, eles sempre procuram explicar o lado biológico do sexo. Dsts, gravidez, enfim. Porém não é só isso...há o lado psicológico que envolve esse acontecimento e muitas vezes nossos pais se esquecem que também já foram adolescentes. As informações sobre prevenção estão disponíveis a todos, e é lógico que o pai deve reforçar esse item com seu filho. Porém o que acontece com a nossa cabeça no momento mágico...eles esquecem de explicar.
Mas a culpa não é só dos pais. Nós adolescentes, por acharmos que estamos crescendo, amadurecendo, e o mais importante, nos tornando mais independentes dos nossos pais, às vezes somos inconsequentes e não escutamos conselhos. Um professor de biologia do cursinho, uma vez teve uma sacada muito interessante. Segundo ele, muitos problemas (DSTs e gravidez) acontecem porque quando iniciamos a vida sexual, passamos a pensar que somos ótimos entendedores apenas pela quantidade de experiências que tivemos. Porém, nós somos apenas praticantes. E muitos problemas seriam evitados se procurassemos estudar a fisiologia do nosso corpo e tudo que acontece conosco nesse momento. Concordo plenamente.
Essa fase de descobertas é linda, melhor fase da vida (pelo menos, é o que eu acho até agora)...no entanto é preciso cuidado, responsabilidade. É preciso que nossos pais conversem conosco? Claro...eles são nossos espelhos. Porém, como diria Roberto Carlos, "aquele que conhece o jogo do fogo das coisas que são é o sol, é o tempo, é a estrada, é o pé é o chão", ou seja precisamos ter sim nossas proprias experiências...afinal só sabe jogar quem ja jogou uma vez, mas é preciso também que tenhamos consciência dos nossos atos e das consequencias que eles podem trazer.

B.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Ser Mulher, Ser Homem. Ser Humano.

Depois de tanto pensar sobre o que escrever nesse primeiro post, eu resolvi dissertar sobre um comentário – muito infeliz, pejorativo e machista, diga-se de passagem – feito por um professor de cursinho, “a mulher deve entender que biologicamente o homem foi feito para procriar e que não tem culpa de trair, é instintivo, enquanto a mulher tem o papel bonito de ser mãe”. O que mais chama atenção é que além de quem fala ser uma pessoa responsável por formar opiniões e educar, sobretudo, jovens é que o comentário é de um todo, no mínimo, irresponsável, já que não somos influenciados somente pelo fator biológico.
Digitando a palavra mulher no Google, o primeiro resultado da pesquisa são imagens de mulheres estereotipadas pela mídia como “mulheres frutas”, quando lê-se uma dessas revistas destinadas ao público feminino é corriqueiro assuntos como: perder 5kg em uma semana, trazer seu amor de volta, a nova escova inteligente, enfim, após tantas lutas para direitos iguais entre homens e mulheres, qual a real imagem da mulher no século XXI?
O que Bertha Lutz, Pagu, Celina Guimarães Viana – mulheres que foram pioneiras no processo de emancipação feminina e engajadas no embate para a igualdade entre gêneros - diriam se estivessem olhando o panorama feminino atual!? Embora, tenhamos conseguido o direito ao voto, ao trabalho (sem precisar da permissão do marido), entre outras conquistas, a realidade mostrada diariamente nos jornais é estarrecedora e serve como alerta para um fato que está se tornando um clichê: a mercantilização de modelos femininos.
Se uma mulher é externamente bonita (ou adequa-se ao padrão de beleza estabelecido) provavelmente não tem nada na cabeça e só é útil para ter relações sexuais, se uma mulher não atende aos critérios de beleza, é bem-sucedida profissionalmente e solteira, é “mal-amada” ou lésbica. São tantos pensamentos arcaicos e extremamente preconceituosos que estão incrustados na nossa sociedade, ainda assim, tais crenças são maquiadas e manipuladas para que não sejam tão visíveis, afinal de contas “quem tem preconceito é outro, nunca a gente” ou “preconceito não tem nada a ver, não está na moda”.
Desde crianças, somos ensinados que certas coisas são de meninos e outras de meninas, por exemplo, meninas devem brincar de boneca, de casinha e gostar de rosa, enquanto meninos devem brincar de carrinho, de bola e gostar de azul. Essas atitudes só repetem ensinamentos que foram passados para os nossos tataravôs. Vivemos repetindo atitudes (mesmo que inconscientemente) que dizemos abominar, refletindo nos casos de maus tratos domésticos, de submissão, de abusos sexuais, enfim, de um certo alimentamos o nosso monstro.
As diferenças entre homens e mulheres vão além do que é externalizado ou de um fator biológico, a essência dessa relação desigual deve-se sobretudo há valores de pseudo-superioridade do sexo masculino em relação ao feminino disseminados desde que o mundo é mundo. Opostamente, do que foi comentado pelo professor no inicio do post, apesar de termos instintos os mais primitivos possíveis, cabe a nós tomarmos nossas próprias decisões, diferentemente dos outros animais, ao homem foi concebido o poder do livre-arbítrio, portanto, não há como culpar apenas a biologia pelas nossas ações, nós somos seres livres e pensantes; ainda que alguns ignore esse fato.



A.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Artigos e argumentações!

Inspirada num levantamento feito mundialmente pela Unesco para avaliar as perspectivas dos jovens, pesquisa [recente] mostrou um grau agudo de desalento entre brasileiros de 18 a 25 anos de idade: 24% deles não acreditam que consigam melhorar suas próprias vidas. Em outras palavras, jogaram a toalha e não engolem os slogans de que somos o país do futuro.
Dos entrevistados, apenas 10% se mostraram interessados em temas ligados à comunidade - o que significa, na prática, desprezo quase unânime pela política no geral e pelos partidos, no particular.
Estão desacreditados os sistemas de intermediação da sociedade, graças a uma frustração crônica; desvincula-se a prosperidade individual da prosperidade coletiva.
A tentação provocada por essa pesquisa, patrocinada pelo Instituto Akatu, é chamar os jovens de alienados, despolitizados, vítimas, na sua individualidade extrema, de um narcisismo coletivo.

(DIMENSTEIN, Gilberto Folha de S. Paulo, 13 mar 2002 Cotidiano, p C S.)




A maioria dos jovens do século vinte e um vivem sem uma perspectiva que lhes dê base fixa para acreditar no futuro. Entre os brasileiros isso também é uma constante. A história de que o Brasil é o país do futuro e que nós somos o futuro do país, não é mais aceita. Os motivos que levam a esse desalento são vários, deficit na educação, na saúde, na política.
Há muitos anos o slogan do país do futuro é ouvido pelos brasileiros. Porém esse futuro é um sujeito inexistente. Duas ou mais gerações esperam por esse futuro que nunca chega. E nessa espera, os jovens ficam cada vez mais desmotivados. Desemprego, violência, dificil acesso à educação e ao mercado de trabalho, toda essa conjuntura não incentiva o jovem a evoluir, levando-o a buscar meios mais fáceis de crescer financeiramente.
O acesso às universidades públicas é dificil, ainda mais quando se fala em cotas, que deixaram de ser medidas provisórias há muito tempo. Porém quem mais deveria usufruir das cotas, os estudantes de escolas públicas, são os menos incentivados. Falta de livros bons, de professores, de estrutura é a imagem da atual escola pública. São poucas as que incentivam seus alunos. Tudo isso desmotiva os jovens e os levam a buscar educação e profissão de um modo mais fácil.
O cenário brasileiro é desfavorável aos jovens desalentados. É preciso mudar esse quadro de corrupção, de pobreza, de desincentivo. É preciso fazer mais pelo todo e não só pela parte. Só assim os jovens começarão a se interessar pelo seu país e alcançaremos esse futuro tão distante.

B.